11 de julho de 2010

Ontem à noite.

''Me sinto só, mas quem é que nunca se sentiu assim?'

Sempre que vejo alguém triste tento ajudar, digo coisas bobas, dou motivos pra viver. Mas quando sou eu que estou adiante da melancolia, ninguém pode notar, é algo tão profundo que escondo muito bem. Nada que eu tente, me faz levantar, somente o tempo.

Eu procuro entender o porquê, e descubro que as coisas se acumulam, vou guardando e uma hora tudo explode. Lembranças de ontem, algo do passado, uma briga pela manhã, um tom que soou de forma que eu não esperava, um olhar que eu não tive, um não, uma ignorada, um pouco de tudo, uma ausência de nada.

Eu tento desabafar, e encontro nas folhas de um caderno, minha melhor companhia. Já é tão tarde, estão todos deitados, eu também estava, mas meus olhos não podem permanecer fechados, a lagrima insiste em cair. A luz apagada estava me agoniando, no claro me sinto melhor. Tirei as pilhas do relógio, o ‘tic tac’ me arrepiava. Não sei que horas são ao certo, mas a rua está parada. Um avião acaba de voar sob minha casa, foi bom para me lembrar que não estou sozinha.

Sinto-me faminta, não faz muito tempo que jantei. Sinto-me friorenta, estou coberta e aqui não tem vento. Estou de fato, com tudo, menos com vontade de sorrir.

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