25 de fevereiro de 2012

Sem ele.

Lembro-me da sensação de te olhar nos olhos, um desejo me percorria corpo e alma forte ao ponto de me tomar todos os sentidos, era impossível resistir e eu me via entregue. Desejo seguido de tão grande ou maior satisfação.
Lembro-me bem do doce sorriso em teus lábios ao me ver sua, o ruído de um gozo que descrevia o mais completo prazer. Eu te abraçava forte, como quem encontra refugio em plena guerra e nada mais parece necessário.
Lembro-me de detalhes, caprichos, palavras.
Lembro-me das longas despedidas, dramáticas e talvez mais demoradas que as horas que me separariam de você. Horas que pareciam dias, demoras que embora breve, me partiam em pedaços e me mostravam o quão essencial era estar ao teu lado.
Lembro-me; e dessas tantas e distantes lembranças tenho habitado neste tão solitário agora. Grande o desejo e gigante a saudade, mas nada que se compare às duas sensações vividas simultaneamente depois de um adeus nunca por mim compreendido.
Longe agora de um amor que outrora era meu melhor e único motivo de viver. Dentro de uma casa sem paredes no meio da tempestade.
Sem direção. Sem ar. Sem vida.