24 de agosto de 2010

Verdadeiro amor.

As mãos dela cruzaram aleatoriamente com as dele,
ela silenciou seu interior, e manteve a atenção fixa no toque, sentiu sua pulsação, e como se tudo em volta desaparecesse, eles se conectaram. Não havia mais nada, a garota, o garoto, se tornaram um só.
Foi esse o inicio de tudo.
Uma relação marcada por coincidência e detalhes,
resumidamente, foi uma relação rápida e subitamente finita. Eles se separaram.
Ambos tiveram que seguir suas vidas, e logo se adaptaram.


Depois de algum tempo, a garota se apaixonou novamente.
Ela observava seu novo amado, ela gostava de tê-lo por perto, gostava de abraçá-lo, e as conversas eram encantadoras.
Eles estavam próximos, e ele segurou-lhe as mãos, isso a incomodou. Embora envolvida emocionalmente por ele, ela não contava com o contato físico. Ela não se imaginara beijando-o e acariciando-lhe. O toque dele parecia completamente vazio, o olhar, parecia não dizia absolutamente nada, mas na verdade, era ela quem não se entregara ao toque, ela não fazia questão alguma de decifrar tal olhar. Ainda juntos, um enorme medo a consome.
Ela provou do verdadeiro amor, e nada mais parece fazer sentido. Ela se pergunta diariamente, se o amor a gente pode sentir mais de uma vez, se a resposta for sim, ela está caminhando de maneira certa; mas se a resposta for não, ela estará eternamente condenada a isso, ao vazio, ao nada.

17 de agosto de 2010

Mas meu bem,

        não é questão de não te querer por perto...
Eu te quero mais que tudo, na verdade,
você é única coisa que quero.


Por que eu te disse não?
Eu nunca disse! É tudo uma questão de interpretação...
E você está fazendo isso errado.

Desabafo ?

Não é questão de voltar, não é insistir ou não aceitar o fim, é simplesmente não ser capaz de seguir em frente.
Estou farta das minhas meias palavras, ironias e hipocrisias, dessa vez, eu vou tentar ser o mais clara possível:


Eu te amo.
Eu estou sofrendo, estou com saudades e sinto sua falta.


O que eu espero disso? Apenas a satisfação de poder desabafar, nada mais.

Já que faço parte do passado,

     eu gostaria ao menos de ser uma boa recordação.


Ora, penso que sentes minha falta, acredito que pensas em mim com a mesma frequência e intensidade que penso em ti, sonho que nossa historia ainda terá continuidade, e até mesmo me iludo com a idéia de que nunca acabou.
Outrora, porém, penso estar ficando louca, acredito que nem se lembra mais de minha existência, sonho pesadelos de uma tola iludida, que na melhor das hipóteses, se ilude com a idéia de que se tornou indiferente a ti.
Mas na maior parte do tempo, penso que me tornei apenas uma fonte de risos, onde tanto e todo drama, é motivo de deboche.

Ouvi dizer que isso não é amor ...

Disseram-me que estou viciada em você.
De qualquer maneira, eu parei para refletir...


Lembro de estar a caminho de uma festa, eu só esperava poder dançar a noite toda e me divertir. Você estava lá, foi a primeira pessoa que eu pude ver ao chegar, vestido formalmente, rodeado de outras garotas, e com um charme único. Eu senti algo, intenso, e até então, incógnito para mim.


As coisas aconteceram de maneira surpreendente, foi lindo, foi mágico, foi verdadeiro, foi bom. Acabou de uma maneira tão inesperada quanto a que começou, mas marcou.


É incrível, como cada instante do meu dia ainda tem uma marca sua, inúmeras coisas fazem com que sua face domine minha mente, e eu não vou negar, ainda penso em você a cada segundo, com a mesma intensa e incógnita sensação que tive na primeira vez. Nada mudou, não diminuiu, nem aumentou, parece que simplesmente... Sempre existiu.


Pensando assim, devo questionar:
“É você, um simples vicio para mim?”
E minha única resposta, é: “Não, você não é apenas... um vicio.”

Por você.

Com os olhos cheios de lagrimas e um aperto no coração, agradeço por ainda sofrer.
Significa que não morri por inteiro, eu ainda sou capaz de sentir. Pode ser bom ou ruim, mas desde que isso venha de você, eu estou bem.

Indifença.

Não gosto desse meu atual estado de indiferença.
Nada me toca, nada me arrepia, nada me aquece.


Lembro de ter implorado ao tempo que passasse logo,
eu pensei que pudesse ser o suficiente para colocar as coisas em seus devidos lugares.
Lembro de ter implorado ao vento que soprasse forte contra mim, eu pensei que ele poderia secar minhas lagrimas e levar para longe a minha angustia. Eu pensei que isso seria bom.


Mas cá estou, sentindo absolutamente nada. Sem dor, sem cicatriz.
Eu provei do teu beijo, eu provei do verdadeiro beijo do amor, e agora, nenhum outro faz sentido.
Eu fiz o que deveria ser feito, mas eu não te substitui.
Eu segui minha vida... Mas ainda não te esqueci.

11 de agosto de 2010

Vazio.

Tenho escrito com menos frequência, na verdade, nem tenho escrito.
Não por falta de vontade, nem por falta de tempo ou tentativas.
Desejo e amor pelas palavras, eu tenho de sobra.
Mas minhas prosas são muito mais do que frases e/ou combinações de palavras, querendo ou não, são parte de mim. Escrevo sobre a minha alma, sobre minha essência, sobre meu verdadeiro ser, e entre tantos rascunhos que tenho feito, só encontro poemas rabiscados, repletos de palavras vazias.
Na verdade, tudo o que tenho feito ultimamente é assim, oco.
Sinto falta do meu entusiasmo, sinto falta daquela vontade de fazer valer à pena, sinto falta de fazer.
Algo me falta, mas não sei exatamente o que, na verdade até sei, mas pensei que pudesse existir algo tão estimulante quanto. E nessa tentativa, de preencher tamanha carência, vou me sentindo cada vez mais artificial, me falta intensidade no sorriso, e cada instante se torna cada vez mais banal.

2 de agosto de 2010

Metamorfose.

Esse texto foi produzido com objetivo escolar. A proposta da professora era que os alunos se descrevessem utilizando dois lados de si: O visível, e o invisível.
Para quem acompanha meu blog com freqüência, é possível encontrar aqui, idéias já expostas em outro texto, é que na verdade, como não o fiz para o blog, me baseei em textos que havia produzido.


Ela disse: não entendo como alguém tão extrovertida, pode se expressar com palavras tão tristes.
ela falava sobre mim, e se referia aos textos que costumo postar no meu blog.

Sem muitas palavras, preferi mudar o rumo da conversa, mas eu sabia exatamente a explicação para o que ela dissera. Meu sorriso se baseia em um ato visível, já meus textos, se baseiam em um lado que o mundo desconhece. Eu escrevo com a alma.
Trata-se dos dois lados de um “eu”. O lado visível, e o invisível, o corpo e a alma.
Hora estou lá, rindo com os amigos, outrora porém, cá estou, sozinha e me preparando para dormir. Percebo então, que finalmente posso tirar as mascaras, não digo que meu sorriso era um gesto falso, mas talvez ele fosse apenas um gesto ‘padrão’, e agora sem que ninguém possa questionar ou rir da minha fraqueza, eu me entrego a ela.
Frente ao espelho, mal é possível reconhecer reflexo tal, e quem diria que a garota mais insana da roda, poderia ser encontrada assim, aos prantos. Um único reflexo, e garotas completamente diferentes.
A carne sorri, a alma chora.
A carne é fria, e realmente não se importa com nada. Mas a alma queima, a carne arde.
A carne vai à escola, lá aprende que não se pode colorir os elefantes de cor-de-rosa, então toda a criatividade da minha alma se transforma em uma idéia padrão.
A carne aprende sobre a lei da gravidade, e minha alma se impede de voar.
A carne aprende sobre o certo e o errado, minha alma se apaga e apenas aceita todas as regras.
A carne é modelada como um vaso, a sociedade é o oleiro, e minha alma, uma flor. Flor que chora lagrimas salgadas, e aos poucos, se seca.

Meus sentimentos perdem o valor diante de uma sociedade que só valoriza o objeto, o dinheiro. Meu sorriso se transforma em um gesto artificial, e eu permaneço sorrindo, enquanto minha alma deixa sua essência.

A carne sou eu, a alma também. E eu, sou uma eterna metamorfose.