2 de agosto de 2010

Metamorfose.

Esse texto foi produzido com objetivo escolar. A proposta da professora era que os alunos se descrevessem utilizando dois lados de si: O visível, e o invisível.
Para quem acompanha meu blog com freqüência, é possível encontrar aqui, idéias já expostas em outro texto, é que na verdade, como não o fiz para o blog, me baseei em textos que havia produzido.


Ela disse: não entendo como alguém tão extrovertida, pode se expressar com palavras tão tristes.
ela falava sobre mim, e se referia aos textos que costumo postar no meu blog.

Sem muitas palavras, preferi mudar o rumo da conversa, mas eu sabia exatamente a explicação para o que ela dissera. Meu sorriso se baseia em um ato visível, já meus textos, se baseiam em um lado que o mundo desconhece. Eu escrevo com a alma.
Trata-se dos dois lados de um “eu”. O lado visível, e o invisível, o corpo e a alma.
Hora estou lá, rindo com os amigos, outrora porém, cá estou, sozinha e me preparando para dormir. Percebo então, que finalmente posso tirar as mascaras, não digo que meu sorriso era um gesto falso, mas talvez ele fosse apenas um gesto ‘padrão’, e agora sem que ninguém possa questionar ou rir da minha fraqueza, eu me entrego a ela.
Frente ao espelho, mal é possível reconhecer reflexo tal, e quem diria que a garota mais insana da roda, poderia ser encontrada assim, aos prantos. Um único reflexo, e garotas completamente diferentes.
A carne sorri, a alma chora.
A carne é fria, e realmente não se importa com nada. Mas a alma queima, a carne arde.
A carne vai à escola, lá aprende que não se pode colorir os elefantes de cor-de-rosa, então toda a criatividade da minha alma se transforma em uma idéia padrão.
A carne aprende sobre a lei da gravidade, e minha alma se impede de voar.
A carne aprende sobre o certo e o errado, minha alma se apaga e apenas aceita todas as regras.
A carne é modelada como um vaso, a sociedade é o oleiro, e minha alma, uma flor. Flor que chora lagrimas salgadas, e aos poucos, se seca.

Meus sentimentos perdem o valor diante de uma sociedade que só valoriza o objeto, o dinheiro. Meu sorriso se transforma em um gesto artificial, e eu permaneço sorrindo, enquanto minha alma deixa sua essência.

A carne sou eu, a alma também. E eu, sou uma eterna metamorfose.

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