10 de junho de 2012

Passageira.

Ele caminha lentamente em direção à saída, vezenquando para, olha pra trás e sorri. Subitamente me pego envolvida por uma enorme alegria, passageira, pois logo ele desvia o olhar e segue seu caminho em direção ao longe. Ele sai, pouco a pouco, deixando em mim a mistura entre os sentimentos de saudade e esperança. Antes ele partisse de uma vez, sem olhar para trás.
São nessas paradas que me perco, fico sem saber se devo correr para segurá-lo, ou devo apenas corresponder o sorriso e deixá-lo partir. São nesses olhares que me transbordo com o desejo de fazer tudo ser bom como antes. São nesses sorrisos que me engasgo com gritos e frases de um desespero que não passa, não cessa, não se acostuma nem aceita o fim. O fim que se prolonga, mas que é inevitável.
A mim só cabe as falhas tentativas de fazê-lo ficar, nada é o bastante, é tarde demais. 

13 de maio de 2012

Só eu e você.

Se meu amor não foi suficiente pra você ficar, certamente minha saudade não traria você de volta. Mas devo dizer, que desde o adeus não houve um só dia que eu não tenha pensado em você. Penso bem, sorrio, admito ser grande a falta que você me faz, mas levanto e sigo.
Sonho em te trombar, casualmente, em te olhar nos olhos pelo menos mais uma vez. Sonho em te ver feliz, de qualquer maneira, com qualquer pessoa.
Eu poderia enumerar milhares de sonhos e lembranças que tenho, poderia escrever coisas lindas contando o bem que você me fez, mas sei lá, seriam apenas palavras não lidas, ou simplesmente desnecessárias, palavras que não mudariam absoltamente nada.
Então me calo e compartilho comigo mesmo essa vontade louca de te abraçar, de sentir seu calor, de tirar a roupa e me entregar por completo, só eu e você, como na primeira vez.

1 de maio de 2012

Olho, me encanto, sorrio.

Sorrio tolamente, do nada, sem parar. Sorrio com as lembranças, momentos, planos. Sorrio como criança, inocente, verdadeiro. Sorrio como mulher, sedutor, encantador. Sorrio quando vejo, penso, sinto. Sorrio de timidez, alegria, fascinação. Sorrio pra ele, com ele, por ele. Sorrio por acaso, intuição, reflexo. Sorrio pela amizade, paixão, amor. Sorrio pelo medo, resposta, certeza. Sorrio.
Sorrio quando faltam as palavras, depois de ouvi-las, após dizê-las.
Sorrio porque olho, me encanto e sorrio. 
Sorrio porque ele me faz bem.

O verdadeiro amor...

Ele não te dá flores nem diz frases bonitas. Não gagueja ou treme ao te ver. É desajeitado, despreocupado. Não usa camisa polo nem ganha mesada do pai. Paga um lanche de padaria barato e ainda divide a conta do cinema. Só diz besteiras e te faz rir feito criança. Não se parece nada com o príncipe encantado, mas faz você se sentir assim, tão única.
Uma ida ao mercado vira um grande momento, uma festa se transforma na melhor historia, uma tarde na praça vira o clímax, e cada abraço, cada beijo, cada sorriso, vira seu maior motivo para viver. 
É tudo tão bonito, tão simples. E depois de tantos sonhos você percebe que idealizar é perder tempo, pois o verdadeiro amor não se esconde atrás de frases ensaiadas ou encontros perfeitos. 
O verdadeiro amor te deixa livre e a vontade. O verdadeiro amor te mostra sua verdadeira essência, faz o pouco ter valor, dá sentido as coisas, dá vida. O verdadeiro amor é assim, imperfeito, como você. 
O verdadeiro amor é real.

25 de fevereiro de 2012

Sem ele.

Lembro-me da sensação de te olhar nos olhos, um desejo me percorria corpo e alma forte ao ponto de me tomar todos os sentidos, era impossível resistir e eu me via entregue. Desejo seguido de tão grande ou maior satisfação.
Lembro-me bem do doce sorriso em teus lábios ao me ver sua, o ruído de um gozo que descrevia o mais completo prazer. Eu te abraçava forte, como quem encontra refugio em plena guerra e nada mais parece necessário.
Lembro-me de detalhes, caprichos, palavras.
Lembro-me das longas despedidas, dramáticas e talvez mais demoradas que as horas que me separariam de você. Horas que pareciam dias, demoras que embora breve, me partiam em pedaços e me mostravam o quão essencial era estar ao teu lado.
Lembro-me; e dessas tantas e distantes lembranças tenho habitado neste tão solitário agora. Grande o desejo e gigante a saudade, mas nada que se compare às duas sensações vividas simultaneamente depois de um adeus nunca por mim compreendido.
Longe agora de um amor que outrora era meu melhor e único motivo de viver. Dentro de uma casa sem paredes no meio da tempestade.
Sem direção. Sem ar. Sem vida.

15 de janeiro de 2012

Reticências.

Então me deparo vivendo aquele momento. O momento onde as palavras mais importantes foram ditas em silencio. O momento em que todos os pensamentos resolvem ser simultâneos e absolutamente nada parece fazer sentido. Deixa de existir o certo e o errado, tudo se torna uma questão de perspectiva e a escolha é realmente relativa.
É um momento tanto quanto solitário. É o vazio de um adeus se unindo as tolas esperanças de um reencontro. É o espaço entre a nostalgia e o desejo de não parar.
Tudo o que tenho por hora é isso, aquela duvida entre lutar e seguir em frente.
E o que fazer quando tudo parece não fazer sentido sem aquele que por tantos dias foi o seu melhor motivo para sorrir? Apenas esperar por algo tão estimulante quanto? Sair a procura de distrações? Ou aceitar que nada disso funcionaria e apenas se entregar a dor?
Parece tão injusto e nem se quer podemos julgar um culpado. Um desencontro de propósitos, um problema sem solução.
Em relação às memórias, são boas. Não mudaria nem as apagaria. Em relação ao presente não sei. E quanto ao futuro, bem, esse é tão certo quanto ao que vem depois das reticências...