19 de março de 2010

Não quero numeros, quero só você

Naquela primeira semana eu era apenas eu mesma, mas isso não parecia suficiente. Observei o que agradava a maioria, e então me tornei um deles. Parecia estar tudo perfeito, até ver ele me olhando, seu olhar era de preterição. Ele estava falando de mim, mas não pude ouvir suas palavras, fiquei confusa e realmente preocupada. De certo modo sua opinião tem grande peso.

- Podemos conversar?
- Pode falar, senta ai; - seu tom era de desprezo
- Queria te fazer uma pergunta; - falei sentando a sua frente
- Então faça.
- Olhe para mim
- Estou te ouvindo; ele disse ainda com os olhos fixos nos livros
- Está bem não vou te perturbar, pode continuar lendo que eu vou voltar ao meu lugar
- É você quem sabe, disse ele me surpreendendo, talvez eu quisesse que ele implorasse para não ir.
- Pensei que você era diferente; e então ele me olhou, eu já estava de pé
- Não, eu pensei que você fosse diferente, retrucou. Sua face era ilegível
- O que você pensou que eu fosse?
- O contrario do que está sendo
- E o que estou sendo? - eu estava indignada
- Descubra sozinha, disse ele por fim, levantando e me dando as costas.

Devo admitir que essa minha mania de adaptação me decepciona muitas vezes. O que eu sou não é o bastante para a maioria. Mas a maioria também não é o bastante já eles são apenas números, e quem realmente me faz a diferença, agora se afasta de mim.

eu não gostei muito desse, mas não estou disposta
a tentar melhorar

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